terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Bremen - pé na estrada

Cidade Livre e Hanseática de Bremen.
É uma das três cidades-estados da Alemanha.
Cidade-estado é uma cidade que por si só tem a representação equivalente a uma unidade federativa para o governo. Tem um governador ao invés de um prefeito. Seu espaço depende do tamanho da cidade, que pode ou não abranger cidades ao redor.
Essas cidades-estados seriam correspondentes a Washington D.C., Brasília, Buenos Aires e outras. No entanto, é importante destacar que uma cidade-estado alemã não faz dela ser a capital do país, já que por aqui têm três dessas cidades e a capital é Berlim, a terceira.
Também é importante notar que para ser uma dessas cidades não importa o tamanho, uma vez que Munique e Hanôver são maiores que Bremen e continuam sendo simples capitais de seus estados.
Como Bremen foi uma cidade portuária de grande importância décadas atrás, isso fez de Bremen ser o que é hoje.
Uma cidade bonita, que abriga uma diversidade cultura muito grande de moradores. Não é difícil encontrar povos de diferentes nações em apenas uma simples esquina.
Até foi incrível como em uma simples festa de aniversário de uma amiga da minha família hospedeira, mais de 50% falava espanhol. O restante que não falava espanhol, pelo menos já esteve em algum país da América Latina onde se fala Espanhol.

festa estranha com gente esquisita

Saí de casa decidido a dar "PT". Me arrumei como fosse para A festa.
Moreno da cor do pecado, bonito e alto, entrei na minha limo vermelha (no caso, minha bike vermelha com cesta atrás e buzina quebrada).
Pronto para representar na festa de 18 anos do meu amigo. Pedalei até o posto de gasolina mais próximo (3 km) e comprei uma vodca boa e barata com gosto de figo (era o que tinha e eu podia).
Esse foi o presente para o aniversariante.
No convite da festa tinha escrito que teria bebida, comida e atrações internacionais.
Chegando no local, me sentindo A atração internacional, -fui até bem vestido por conta disso- me deparo com um sujeito de estatura mediana, cabelos castanhos, pele clara, cicatriz na bochecha, trajando uma camisa social com fundo vermelho florida em branco, jeans e um cinto de couro marrom com uma fivela de cowboy (aquelas "frita-ovo").
Como se não bastasse isso, surge um outro ser medindo meio-metro de altura, cabelo arrepiado estilo boy-band dos anos 90 e usando uma pochete. Nesse instante, vieram várias perguntas na minha cabeça. Todas do tipo: "Que tipo de ser usa uma camisa vermelha florida?", "De onde vem essa fivela?", "Quem com bom-senso usa POCHETE?"
Todas minhas perguntas foram respondidas quando eu me apresentei e ouvi saudações com um sotaque muito carregado que falava: "Hallo, ich bin 'X' aus Russland" (Oi, eu sou o X da Rússia)
Ou seja, só na Rússia pra encontrar acessórios tão "exóticos"
Contrariando tudo que aprendi com minha mãe sobre não aceitar nada de estranhos, eu tive que aceitar uma dose da vodca que os garotos estilosos trouxeram, afinal quando me deparei com eles, logo pensei que "sobrio não vai dar pra aguentar"
Realmente, aquilo desceu que nem água... Só que subiu numa velocidade que logo após a primeira dose eu me encontrava em estado de alerta.
Como meu objetivo era dar PT, virei logo mais três, pra ficar numero par.
Como experiencia única, eu fiz amigos bebendo leite.
Depois das doses de águardente, fui tomar um 43 com leite. 43 é um rum Espanhol que misturado com leite fica parecente achocolatado.
E agora sim eu posso dizer que fiz amigos bebendo leite.

domingo, 31 de outubro de 2010

desculpas

Me desculpem pela falta de acentuacao e tempo pra postar mais no blog.
Meu computador esta arrumando e agora eu uso o computador da familia, que nao tem os acentos da lingua portuguesa e nem tenho muito tempo de uso...
Mas sempre que possivel estarei atualizando o blog.

Proximas postagens sobre:
Bremen;
Berlin;
A horrivel lingua alema.

#SuperDica

Super indico em Hamburgo:
  • Passeio pelo Rio Elba em Hamburgo. O preço é o mesmo que o ticket do metro. Ou seja, ao invés de ir em alguns lugares com o transporte subterrâneo, em Hamburgo você pode dar um "rolê" de barco pra ir conhecer alguns points da cidade.
  • Planetario de Hamburgo. Entradas em torno de 10 € e você sai de la com dor-de-cabeça de tanto ver estrela. Eles tem uma tecnologia com as luzes que eles garantem que so tem em Hamburgo. Pra variar, mais uma coisa "unica" alemã.
  • Passeio pelo bairro Saint Pauli. E um bairro tradicional de Hamburgo, porém estudantil. Lá você encontra muitos vagabundos e bixos-grilo. Tudo muito alternativo. Muito grafite nas construções. Muita cerveja. Muitos fanáticos por futebol. E muita putaria, logico. Lá tem o Reeperbahn, onde as pessoas se vendem nas vitrinas.

Hamburg 2 - pe na estrada

Tive férias de duas semanas e resolvi ir viajar pra conhecer mais sobre a Alemanha.
Pois é, uma vida muito chata... (ironia)

Primeiro de tudo... Quem nasce em Hamburg, é o que? Quem nasce em Berlin, é Berliner. Então quem nasce em Hamburg é Hamburger? SIM!
Como se não bastasse isso, Berlin e Hamburg tem suas comidas típicas que são chamadas assim como o gentílico. Por exemplo, em Berlin, os cidadãos são Berliner e a comida típica é o Berliner, que seria tipo um sonho de padaria com recheio de um creme de uva, ou outra fruta.
Quem nasce em Hamburg, é um Hamburger e a comida típica é Hamburger, porém não igual ao Hamburger do McDonald. É um outro tipo de pão doce, também delicioso.
Até aí, tudo bem... Só que eu fiquei pensando: se eu falar que eu comi uma Hamburger, isso significa que eu comi no McDonald, comi numa padaria ou fui num putero?
É realmente complicado essa situação...

Alemão é uma coisa complexa.
Além de tudo ser difícil em alemão, os alemães são cheios de se acharem os "fodões" em tudo.
Tudo que existe, se não foi um alemão, foi pelo menos no território da Alemanha.
Pensa num povo com complexo de superioridade. Penso? Alemães!
Só falam das coisas grandiosas e boas da Alemanha.
Por isso, enquanto estava em Hamburgo me senti em Itú, tudo era grande...
O shopping center, um dos maiores da Europa.
O porto de Hamburgo, o 3 maior da Europa.
O cemitério de Hamburgo tambem e o maior da Europa.
O holocausto, tambem foi um dos maiores da historia. Pronto. Falei.

sábado, 16 de outubro de 2010

desabafo

Se quer saber, estou sofrendo aqui.
A água mineral aqui tem o verdadeiro gosto de bosta. Eu não aguento mais.
Já pensei seriamente em começar a importar água brasileira, porque do jeito que está, não dá mais.
Eu só tenho a opção de beber suco ou água com gás. O suco me faz mal, pois é nojento, e água com gás me deixa arrotando o dia inteiro.
Por que eu não posso beber cerveja então?
Estou muito encabulado com a falta de opção que me resta. Será que alguma alma boa pode me mandar água engarrafada brasileira? Aquele galão de 20 litros serve.
Depois que eu fico o tempo todo bêbado, ninguém sabe o porque...
Bom, precisava fazer esse desabafo, já que faz tempo que não saboreio uma água decente.
Grato pela compreensão... ou não.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

AUSENCIA

Ficarei ausente do blog e de outros meios online até Sexta-feira, se eu resistir.
Estou indo para Hamburgo para poder ter mais experiencias e poder escrever aqui no blog e deixar meus leitores mais informados sobre minha vida alemã.
provavelmente volto a escrever na Sexta, assim que eu voltar aqui para a capital mundial BRELINGEN -se você nunca ouviu falar, joga no Google. é a capital mundial. temos um time de hipismo, um supermercado, duas máquinas de comprar cigarro, uma igreja, um buffet e mais umas vacas perdidas... grande, não? pois é, vivo numa metrópole.

Beijos e até Sexta

domingo, 3 de outubro de 2010

tabela

Começo hoje com uma tabela que fiz, selecionando vários itens e atribuindo uma nota de 0 à 10, onde 0 é a pior nota e 10 a melhor, das diferenças entre Brasil e Alemanha.
Antes de tudo, já explico que o que escreverei são coisas que eu vi pelo menos na minha região e não quer dizer que em todo o resto da Alemanha é assim.

*Lembrando, estou no estado da Baixa Saxônia, ou Niedersachen, na região de Hannover, no condado de Wedemark, no vilarejo de Brelingen. Até que é fácil me achar... Ou coloque 52° 32′ 0″ N, 9° 43′ 0″ E no GPS e aqui estou eu.



  • Comida: 8 - tanto em variedade como qualidade
  • Beleza Natural: 7 - tem muitas, mas com pouca variedade. basicamente florestas
  • Hospitalidade: quando não te conhecem 2, quando te conhecem 10
  • Atividade física: 10 é um país muito ativo
  • Beleza populacional: 1 e 10. muito democrático. quem é feio, é feio, quem é bonito, é bonito. 
  • Transporte público: ônibus 3 e trens 9
  • Transito: 8, pois é um pouco complicado de entender
  • Bebidas: sem álcool 5, com álcool 10
  • Cultura: 10
  • Variedade cultural: 3, pelos poucos imigrantes que aqui tem.
  • Taxas: 8 se paga muita taxa aqui
  • Marcas: 10. têm muitas marcas e todas funcionam bem
  • Preços: 10. tudo é caro. nada é barato.
  • Facilidades: 6
  • Tecnologias: 7
  • Ensino: 5 - o país do Einstein deixou a desejar na quantidade de coisas que se aprende aqui
  • Costumes
  • Liberdade: 4
  • Festas: 9
  • Governo: 8
  • Nomes: 2 - chamar alguém de Svenja, Swantje, Eberhard, Dirk, Matzantke, Illknur, Reglingis... não é fácil
  • Religiosidade: 9
  • Conhecimento brasileiro: 3
Ao longo dos dias falarei sobre esses tópicos citados entre outros

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

zig zag zig zag hoy hoy hoy!

"Prost ihr Säck, prost du Sack"

"1te Regel - Hoch den Pegel
2te Regel - Halt den Pegel
3te Regel - Hoch den Pegel
4te Regel - Kotzen!!!"

"Ich habe mehr Blut im Alkohol als Alkohol im Blut!!!"  



"Wer Bier trinkt, wird betrunken.
Wer betrunken ist, wird müde.
Wer müde ist, wird schlafen.
Wer schläft, der sündigt nicht.
Wer nicht sündigt, kommt in den Himmel.
Also lasst uns alle trinken und in den Himmel kommen!!"



"Ich brauche täglich mein Vitamin-B(ier)!"


Essas são as "finezas" que se houve no Oktoberfest. O problema não é só ouvir isso. É ouvir, entender, aprender e sair falando o dia inteiro, igual eu fiz.
Fui ao Oktoberfest e aprendi só essas finezas, que significam coisas do tipo "tenho mais sangue no álcool do que álcool no sangue"; "Eu preciso da minha diária vitamina-c(erveja)" entre outros dizeres...
Mas eu tinha uma desculpa, eu tinha meu Mass, aquele "copinho" que cabe até 1 litro de cerveja.
Beber cerveja naquele copo é um grande exercício. Pra que academia, enquanto tem um Mass?
Aquele copo trouxe minha alegra... Principalmente com o que tinha dentro.
Pra começar meu dia e entrar no clima, eu preparei minha camelbak com umas "brejas" que eu tinha ainda guardado. Coloquei na camelbak e fui bebendo o caminho inteiro até Hannover.
Chegando por aqueles lados, encontrei dois amigos brasileiros que fazem intercâmbio aqui na região e tínhamos combinado de ir ao Oktoberfest.
Nisso, as pessoas já estavam lindas. Nas ruas, as pessoas passavam eu me sentia num desfile. Todo mundo bem trajado e bonito.
Me senti um pedreiro, admirando as pessoas e as vezes até "xavecando". Vergonha. Eu sei.


Chegando no Oktoberfest... Nunca fiz amigos tão rápido e tão fácil.
Eu digo, as pessoas se unem pela bebida, e lá, era o que mais tinha.
Pessoas de todas as idades bebendo, se divertindo, caindo no chão... Só gente boa! hahahah
Meus amigos do meu vilarejo também foram, e graças a eles eu tenho fotos pra me recordar do Oktoberfest.
Como eles mesmo dizem: Dê uma cerveja para um alemão e você terá um amigão!
Apesar de todo esse divertimento, eles bebem cerveja quente.
Não, eles não esquentam a cerveja antes de servi-la, porém eles não costumam coloca-la em geladeiras ou refrigeradores para gelar a maldita.
Mesmo assim, eu estou acostumando. Afinal, cerveja aqui é bom de mais.
Eu tento nunca repetir cerveja, pra poder experimentar todas possíveis. Não me culpem, isso foi uma tarefa que minha tia me deu.
E aqui estou eu, experimentando todas as cervejas. Se eu voltar cachaceiro e com cirrose, podem culpar minha tia.


Bom, deixo convosco umas fotos do meu wochenende
traje típico alemão

esquenta

traje alemão

jardim de cerveja

Malte, eu e Tilmann e meu MASS

felicidade que vem do "arco"

o cara celebra despedida de solteiro no Oktoberfest



diferença básica

Já gastei muito dinheiro à toa, mas eu precisava pagar 60 centavos de Euro para utilizar esse banheiro de novo e fazer esse filme para postar no blog.
Isso é a tecnologia alemã.
Você paga 60 cents e utiliza os sanitários. Muitas pessoas reclamam de pagar, até eu no começo reclamava, mas depois que vi a limpeza e a tecnologia do banheiro, nunca mais reclamei. Pago com prazer. Digo até que compensa mais pagar 60 cents pro banheiro, do que 45 cents pela cerveja.
Isso me faz pensar como seria um banheiro desse em São Paulo...
Certeza que teria portar pixadas, as catracas de segurança estaria destruídas e teria uma "tia" com uns 50 anos em cada perna cobrando a entrada, mas se você der um cigarro pra ela, pronto, nem precisa de dinheiro.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

arte

Alemão é um povo muito ligado a arte... E eu também.
Todo tipo de arte ou manifestação artística que encontrei por aqui, tentei fotografar... Vi arte e fiz arte 

*O mais engraçado é aquele "BiBA" no fundo



casamento 2


Pra variar, outro casamento diferente. Minha família alemã não gosta muito de coisas paradas, calmas e normais. Se não for diferente, não é com eles.
Viajamos a Berlim para irmos a um casamento homossexual dos amigos da minha mãe.
Não posso dizer que foi bem normal. Não é todo dia que eu vejo um casamento homossexual.
Mas a festa, em si, não foi causaria e foi bem diferente do que eu imaginava. Quando fiquei sabendo que seria um casamento "diferente" eu pensava que fosse encontrar outra coisa, mas não.
Enfim, uma foto do topo do bolo.




quinta-feira, 16 de setembro de 2010

chegando e representando

Cansei de falar CAUSAR, acho muito clichê agora...
Enfim, week end passado foi muito legal.
Viajei com minha família pra Berlim e tudo mais... Mas o que eu tenho pra contar é que eu entrei de gaiato na história e saí sorrindo.
Bom, minha família me levou pra passear por Berlim. Conheci um museu da Segunda Guerra e do Nazismo. Aprendi várias coisas que eu não sabia, afinal, Berlim é aula de história nas ruas.
Eles me levaram para conhecer o Checkpoint Charlie, que é o local onde eles verificavam a saída dos alemães da West Berlin.
Também fui conhecer o Brandenburger Tor, que foi o que eu mais gostei. Não por beleza ou história, mas sim por ter representado.
Cheguei nesse lugarzinho e vi uma multidão de gente tudo tumultuada e logo fui chegando e perguntando o que se passava por aqueles lados.
Logo vi uns letreiros e um povo tirando foto. Era um grupo de "ativistas" fazendo discursos e escrevendo mensagens para um povo no Irã, algo assim.
Eu não entendi muita coisa. Cheguei chegando. Empurra aqui. Aperta ali. Peguei uma letra e levantei e fui que fui.
Eu estava mais perdido que cego em tiroteio. Eu não fazia noção do que eles estavam escrevendo. Não conseguia enxergar as letras de todo mundo.
Pra quem ainda não conseguiu me enxergar... eu sou o ponto preto segurando o N de iraN...
REPRESENTA

habilidade brasileira - aprendida com alemães.

Que os alemães são habilidosos, eu já mostrei em posts anteriores e todo mundo aqui na Alemanha sabe disso... Mas o que eu não mostrei são as habilidades brasileiras e como um brasileiro pode aprender com um alemão.
Num belo dia ensolarado resolvi mostrar minhas habilidades para os cidadãos da minha cidade. Pra variar, choquei a galera.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

cada um tem uma necessidade

E a necessidade do meu amigo é de um companheiro hahaha
A Laurinha pediu pra eu gravar esse vídeo. E como sabem que eu não nego favor a amigo... Gravei. Tive que pagar caro por isso. Também fui filmado falando merda em alemão, mas isso fica pro próximo post.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

programa de índio

Como já falei antes, e todo mundo que me conhece sabe, meu porte físico não é nenhum exemplo.
Sou gordo, vegetariano, mas viciado em batata-frita, queijo, Doritos, pizza e todas essas comidas "leves". Além de fumar e beber socialmente... até cair. Ou seja, só gosto de coisas "saudáveis"
Contudo, eu também gosto de coisas realmente saudáveis, como caminhada básica, andar de bike as vezes, meditar e afins. Mas isso não quer dizer que faço isso todos os dias. Faço com uma certa frequência, mas não sempre.
Na maldita hora em que eu preenchi meu application para o intercâmbio, eu coloquei que gostava desses hobbies. Só não coloquei a frequência que os praticava. Caí numa família perfeita... se eu praticasse isso frequentemente.
Num belo sábado ensolarado, que por milagre não choveu, meu pai hospedeiro me chamou para irmos fazer uma espécie de Mountainbiking.
Na hora eu pensei: estou num intercâmbio, tudo é experiência nova. topo topo, por que não?
No começo foi legal. Iríamos num campo, não é bem uma montanha, mas numa "serrinha", no meio do bosque. Uma vegetação linda. Tirei fotos maravilhosas. MAS NÃO PODIA TER UM BANCO CONFORTÁVEL NA BICICLETA? Eu xinguei muito no twitter quando cheguei. Aquele banco duro incomodava. O caminho já não era o melhor. Subia. Descia. Bebia água. Tirava foto. MAS NÃO TINHA UM BANCO MOLE.
Não pedalamos muitos quilômetros, apenas 14, mas imagine 14 quilômetros sem poder sentar direito? É triste. Acredite.
Pra mim, isso só prova cada vez mais os alemães gostam de fazer programas de índio.
Se não bastasse tudo isso, depois de uns três dias me fizeram uma proposta indecente.
Eu até que estou acostumado com propostas indecentes. Só que no Brasil, as propostas são diferentes... No caso alemão, ou norueguês, foi beem indecente.
Já me chamaram pra beber, pra fazer festa, pra estudar... Só que pela primeira vez me chamaram para fazer Arco e Flecha. No comecei eu também achei interessante e pensei em toda aquela baboseira que já disse antes, sobre experiências novas e coisas parecidas.
FUI. FIZ. E NÃO GOSTEI. Primeiro: não gosto de sentir dor. Segundo: estava chovendo pra caralho. Cheguei em casa tomado banho.
Como eu posso gostar de uma coisa que me deixa dolorido nos próximos dias. Eu mal conseguia erguer os braços. Dar "tchau" era artigo de luxo. Fiquei sem dar tchau para as pessoas durante dois dias. Afinal, ninguém valia tanto a pena assim...
Outra vez, eu tentei xingar muito no twitter, mas não conseguia. estava tão dolorido que não conseguia escrever.

Definitivamente, alemães têm gostos estranhos... e norueguesas, também!

No começo eu até sorrio pra fotos
Campo de Erica vulgaris (adoro o nome)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Nossa Senhora da Bicicletinha, daí-me equilíbrio.

Finalmente, bebida.
Estava cansado de passar Sexta e Sábado sem beber e me divertir com pessoas da minha idade.
Finalmente meu amigo me levou pra sair. Não foi nada comparado a uma reunião informal no "puxadinho", muito menos comparado aos "estudos de Sexta-Feira a noite" no jardim e muito menos comparado a um encontro na casa do Saer enquanto seus pais estão viajando. Porém, foi legal. Foi diferente. BEEEEEM diferente.
A começar que foi em uma outra cidade. Outra diferença foi eu ter que dar satisfação para os meus pais de onde eu ia e que horas eu voltava. Só que o mais diferente de tudo, foi ter que ir até ao vilarejo ao lado de BIKE e pegar o TREM até Hannover.
Na ida foi tudo bem. Fui até a casa do meu amigo e começamos fazendo um esquenta.
Para esquentar, bebi um tal de "Feigling" (significa Covarde), mas é muito corajoso quem beber, já que é uma dose significativa e tem um alto teor alcoólico.Se bebe assim: vira essa mini-garrafa de cabeça pra baixo e começa todo mundo a sua "boca" na mesa (sua boca = boca da garrafinha. ninguém quebra os dentes bebendo isso, ok?!). Todos batem a boca da garrafinha suavemente sobre a mesa, até que fique "alinhado" o barulho. Quando todos estiverem sincronizados, significa que é hora de virar. Pronto. Foi um. Foi dois. Foi três. Já estava chamando Jesus de Genésio.
Depois disso, pegamos nossas bikes e fomos até a estação de trem, que é perto da minha escola, isso significa 3 km bebido.
Chegamos em Hannover e encontramos com alguns amigos do meu amigo. Fomos num bar e... cerveja e tequila.
Enquanto bebiamos, logicamente, o tempo passava. Quando olhei no relógio, com muito esforço, consegui visualizar que já está próximo da meia-noite e meu trem de volta pra casa partia onze minutos passados da meia-noite. Nisso eu tive que virar, com muito sacrifício, minha terceira dose de tequila.
Nisso tudo rodava. As pessoas ficavam mais bonitas. As alemães mais peitudas, menos bigode, mais bronzeadas... E o mais incrível era que todo mundo parecia dar em cima de mim. Pena que era uma noite que eu estava difícil.
Eu não queria ir embora, mas tinha que partir.
Com uma vontade de mijar, eu acabei querendo ir embora logo, assim eu podia utilizar o toalete do trem. Afinal, que toalete. muita tecnologia. Você aperta um botão, a porta abre automático. Nisso, eu morrendo de vontade de mijar e aquela porta "desfilando" pra abrir. Ia numa lentidão que parecia que estava à beira mar, ouvindo "Garota de Ipanema" enquanto caminhava pela praia arrastando sua canga.
Mijei. Que alivio. Nunca me senti tão bem. O único problema foi que enquanto eu subia meu zíper, o trem começou a funcionar. Imagine minha situação de bebido, sem apoio fechando o zíper. Minha cabeça, pequena cabeça e bem leve, por sinal, quase me levou pro chão.
Graças a toda minha "molemolencia" eu consegui ficar em pé e caminhar até meu assento enquanto voltava pra casa.
Cheguei em Mellendorf, onde eu estudo e deixei meu "veículo" estacionado. Outro problema diante dos meus olhos... Nesse estado, como identificar os números da minha corrente que trancava a bicicleta? Eu mal acho esses números de "madrugada" quando eu vou pra escola, imagina Sábado a noite e nessas condições.
Com muito sacrifício eu consegui. Então liguei minha lanterna e fui pedalando com meu amigo até em casa.
Esse caminho que faço todas as manhãs nunca me pareceu tão longe e tão cheio de curvas e rampas e buracos.
Durante essa prova de "3 km com obstáculo", eu só pedia ajuda a Nossa Senhora da Bicicletinha, aquela que nos dá equilíbrio nos momentos cruciais.
Depois de três longos quilômetros, cheguei em casa e graças a preguiça, nenhum estava acordado. Ainda bem. Não seria legal conversar com eles e com aquele hálito refrescante de cachaça.
Nada mais aconteceu, mas me senti com uma realização interior imensa.
Sorriso de orelha a orelha.
Estava precisando disso.

libertação

Hoje foi meu "primeiro" dia de aula, finalmente.
Eu digo primeiro dia de aula útil.
Até então, eu estava tendo aula na oitava série aqui na Alemanha. Só tinha matérias legais e coisas super interessantes a fazer. Em partes, eu gostava de ter aula lá. Conhecia meus colegas de classe, já fazia piadas e dormia sempre que possível... Agora eu mudei, fui para o segundo colegial e hoje foi meu primeiro dia.
Eu adorei todos meus colegas de classe e de todas as classes que eu tive. Porque aqui, cada matéria que eu frequento é com uma turma diferente, raramente têm os mesmos alunos.
Fiz amizades super fácil, afinal eu até sou uma pessoa difícil de fazer amizades, né?! hahahaha
Enfim, adorei tudo e creio que muitos me adoraram também. Só que ninguém sabe o quão difícil foi pra eu conseguir mudar minhas aulas.
Na Segunda-Feira eu conversei com a minha diretora que já estava na hora de me mudar de sala, já que algumas provas já começariam e tudo mais. Só que ela foi difícil. Eita mulherzinha difícil de lidar. Juro que por um momento eu pensei em mata-la. Enquanto eu implorava pra mudar de sala, eu juro que eu imaginava eu matando aquela vaca. Eu me via com uma faca de serra cortando o pescoço dela e deixando ela sangrar e sofrer igual quando se mata galinha na roça... Isso tudo porque ela não entendia meu sofrimento. Minha necessidade de mudar de sala, afinal se eu não mudasse, hoje eu teria aula de Latim.
E EU TENHO CERTEZA QUE ELA NÃO SABE O QUÃO CHATO É UMA AULA DE LATIM.
Quem odeia Exatas e todas suas matérias é porque nunca tiveram aula de Latim. PUTA QUE PARIU. Pensa numa coisa ruim. Pensou? Aula de Latim. Eu acho que nunca odiei tanto uma coisa igual eu odeio aula de Latim.
Nunca entendi o uso disso na vida de uma pessoa. E eu cansei de fazer piada sobre Latim. Falar pra professora que ela está pronunciando errado. Que eu sei mais que ela, já que na América LATINA se fala LATIM. HAHAHAHAHA
Mesmo assim, depois de muitas horas de "discussões" com a minha adorável diretora, eu consegui minha carta de alforria. Agora sim estou liberto. LATIM, NUNCA MAIS!
Eu pude escolher as matérias que eu queria. E como tenho dificuldade com a língua, escolhi Inglês, que eu já tenho uma certa fluência, Biologia, porque é necessário para a graduação no Brasil, Química e Física, porque é sempre a mesma coisa, Educação Física, porque eu preciso ficar em forma e não quero gastar muita grana com academia, e, enfim, Matemática, porque eu PENSEI que seria a mesma coisa que no Brasil, mas não é.
Mesmo eu mudando de professora de matemática, eu continuo sem entender que espírito a professora recebe e começa a "baixar" os números na lousa.
Quando perguntei ao meu colega ao lado o que a professora fazia na lousa, ele disse que não sabia. Na hora eu pensei "Se ele, alemão, domina a língua, está tendo essa matéria desde quando começaram as aulas, não sabe o que a professora está fazendo, imagina eu?". Me fudi bonito. Agora imagina eu tendo que ir falar pra diretora me mudar de aula de matemática? Como faz? Prefiro ficar sem entender na escola e chegar em casa e estudar acompanhado do Google. Dá muito mais certo.

sábado, 4 de setembro de 2010

diferenças básicas

Resolvi criar esse post para esclarecer algumas diferenças e também desabar, já que têm uma coisas que estão me deixando louco.
Acho que a principal diferença entre a Alemanha e o Brasil, começa com o desenvolvimento, o que não é segredo pra ninguém... Alemanha super desenvolvido e Brasil um pouco atrás.
Só que muita coisa desse "desenvolvimento" alemão me chocou. Eu já tive experiências anteriores em país desenvolvido, mas era totalmente diferente da Alemanha.
Eu até acho isso um tanto contraditório, no meu ponto de vista antiquado, mas para os alemães, esse é o ideal de desenvolvimento. Por exemplo, eles compram muitas coisas, são até que consumistas -não tanto quanto americanos, mas são- só que nas ruas é quase impossível você encontrar alguma loja que aceite cartão de crédito ou débito. Pra mim isso é muito estranho. No Brasil, encontramos lugares inesperados que aceitam cartões magnéticos.
Outra coisa que é bem diferente entre Alemanha e Brasil é a contribuição com o meio-ambiente.No Brasil, muito se ouve falar em ajudar na "limpeza" do meio-ambiente, em não poluir, mas muito pouco é visto. Eu, particularmente, só vejo brasileiro metendo a boca em países desenvolvidos, mas não vejo um brasileiro não jogando lixo na rua, ou até mesmo tirando o lixo da rua. Aqui na Alemanha, eles têm programas de incentivos à não-poluição do meio. Como, por exemplo, as garrafas pet. Você pode leva-las ao supermercado e inseri-las em uma máquina própria, que "recicla" essa essa embalagem, e essa mesma máquina te dá um comprovante com desconto em novas compras. Ok, nem sempre esse desconto é algo grande, mas já é o suficiente pra comprar alguma outra coisa útil.
Também é diferente por aqui o jeito de se expressar das pessoas, beeeeeem diferente do Brasil.
PONTUALIDADE... MEU DEUS, O QUE É ISSO?
Eu sou aquele típico brasileiro que quando tem uma programação pras 7 da noite, não aparece antes das 9. Enquanto alemães marcam as 6:30 pm, quando são 6:20 pm já estão saindo de casa, afinal, precisam pegar suas bikes e pedalar rápido, pois não podem chegar cinco minutos atrasados. As vezes não é nem pra coisas importantes. É apenas pra ir na casa de um amigo ou coisa assim, e eles conseguem ser pontuais.
Na escola temos muitas diferenças, a começar pelo respeito aos professores. Todo professor é tratado como Senhor/Senhora e o sobrenome dele. Não chamamos os professores pelos seus devidos nomes e muito menos por apelidos. Totalmente diferente do Brasil, onde até chamamos os professores por apelidos pejorativos, as vezes. Os alunos, aqui na Alemanha, toda vez que querem falar com o professor, eles erguem a mão. Ninguém solta uma simples palavra se o professor não pedir que o aluno em questão fale. Enquanto no Brasil, alguns professores nem voz tem pra fazer o aluno parar de falar.
As matérias por aqui, também são bem diferentes. Eu vejo muita matéria sem utilidade, por aqui. Exemplo: LATIM, música, artes e religião. Eles têm mais aula de Latim do que aula de física e química. Qual a utilidade de estudar Latim? Enfim... Os alunos em geral não estudam muito geografia e história. Eu lamento em dizer que eu sou um dos mais inteligentes em geografia da minha sala. Tivemos uma tarefa para escrevermos no mapa os países da União Européia e dava a dica do ano em que entraram. Eu, um brasileiro, sabia mais do que os alemães que são de um país que faz parte da comunidade européia.
Nas aulas de matemática eles aprendem as mesmas coisas que no Brasil, só que de um jeito bem mais difícil de entender.
A minha professora faz tudo que eu fazia nas provas de matemática e meu professor não aceitava. Minha professora aqui simplesmente baixa a Mãe Dinah e começa a colocar números do nada na lousa e resolve o problema. Sério. Do nada aquela mulher tem uma tremedeira e começa a colocar números na lousa para solucionar um problema que no Brasil, eu solucionaria com mais coerência e mais tempo, mas diferentemente da minha professora, eu não tenho um "acordo" com a Mãe Dinah, nem o Pai Galo e afins...
Sobre a escola, as aulas começam oito e quinze da manhã e geralmente acabam duas e pouco da tarde.
E existe uns três tipos de segundo grau, por aqui. Eu ainda não sei a função de cada um e muito menos a diferença, mas têm: Gymnasium, Realschule e Hauptschule. Me parece que um é voltado para áreas profissionalizantes, pra quem não pretende fazer faculdade, outro é voltado pra crânios que pretendem ser próximos Einstein e outra que seria um "meio-termo"... Vou tentar averiguar isso e informarei aqui em algum post.
Cerveja gelada, nem sempre significa que ela será gelada. Para alemães, desde que a cerveja esteja um pouquinho mais fresca, já é gelada e isso basta.
Longe não necessariamente é longe. Para alemães, 3 horas de viagem é longe.

Assim que eu lembrar de mais diferenças, post por aqui :D

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

baianagem

Na minha família alemã, por mais que não seja a típica tradicional família alemã, também têm suas tradições na medida do possível.
Eu também tenho a minha tradição, que é: quebrar todas as regras e todas as tradições. Não, não faço isso pra ganhar a repulsa das pessoas que convivem ao meu redor. Faço isso porque eu acho que se obedecermos todas as regras, perdemos toda a diversão.
Ontem, no jantar, foi um pouco de falta de aviso e também de propósito, claro.
Antes de sair pra Hannover, minha hostmother me avisou que teríamos uma convidada muito especial para o jantar e que dormiria aqui. Nada de mais, pra mim, já que quem receberia essa amiga seria a Angela, minha hostmother. Fiquei tranquilo.
Fui pra Hannover fazer compras. Andei na região próxima à estação de trem, porque eu não tinha muito tempo pra ir pra longe.
Cheguei em casa já era noite e a convidada já estava aqui e a janta estava quase pronta.
A convidada se tratava de uma amiga da Angela desde de quando elas moraram em San Francisco (décadas atrás. Jesus era criancinha. ahahha brinks) e desde então trabalhavam com tipos variados de artes.
Como vocês sabem, minha "mãe" é Secretária da Cultura aqui na minha city, conhece todo mundo da cidade, se bem que nem precisa de muito, e vários artistas como atores, pintores, escultores e etc.
O jantar estava pronto. Sentamos todos em seus lugares para comermos.
Papo vai. Papo vem. Essa "moça" começou a conversar comigo. Ela é casada com um ator alemão e também trabalha com produção de filme. Tudo nesse meio artístico. Começamos a falar sobre o Berlinale e a propósito, ela até me convidou para assistir. Me senti importante.
Paramos de conversar e comemos. Era uma torta que ainda não sei quais são os ingredientes, mas é muito saborosa.
Eu comentei com eles que era muito saborosa, mas que faltava algo. No momento em que completei minha fala, pedi licença, me levantei da mesa e fui até a cozinha pegar algo que eu acreditava que deixaria a torta mais saborosa. Eu necessitava de Tabasco e ketchup.
Me sentei a mesa e da-lhe ketchup e Tabasco na torta.
Nisso, todos que sentavam a mesa ficaram espantados. Chocados. Arrepiados. E eu, sem entender nada e saboreando a torta com pimenta e ketchup.
Nossa convidada da noite, olhou nos meus olhos, respirou fundo:
- É uma torta com uma receita típica alemã e nós mantemos essa tradição há anos e ninguém NUNCA teve a coragem de colocar ketchup e pimenta enquanto comia.
Depois dessa, eu só abri minha boca pra comer e beber água.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

elogio alemão

Desde o dia em que eu cheguei, eu causei um pequeno tumulto na escola.
Todo mundo sabe meus passos, o que eu faço, de onde eu sou, quantos anos eu tenho e tudo mais sobre a minha vida. Me sinto uma celebridade aqui ahahahha #aloka!
Metade da escola quer fazer amizade comigo e a outra metade me odeia.
Já sofri preconceito pelos "coleguinhas" que tem "probleminhas", mas tudo bem. Prefiro lembrar dos elogios que recebo e esquecer o que os porcos dizem. Tudo bem, eu sobreviverei.
Mas falando sobre os elogios... Os alemães não sabem fazer muitos elogios. Ou pelo menos não têm discernimento entre o que realmente é um elogio e o que não é um elogio.

Na semana passada, minha professora de inglês passou uma "pequena" lista com 120 adjetivos em inglês para serem traduzidos para alemão.
Ficou como tarefa para ser entregue hoje.
Ainda em sala, estávamos corrigindo e a professora frequentemente pedia exemplos para alguns adjetivos.
Até aqui, tudo bem. O problema foi quando chegou no adjetivo "excêntrico" e a linda Frau Stuck pediu pra alguém montar uma frase com esse adjetivo.
Mais que rapidamente, minha "coleguinha" de classe que senta ao meu lado levantou a mão, pedindo para a professora deixa-la fazer uma frase com esse adjetivo.
Para a minha infelicidade, o pedido dessa "aluninha" que tem "probleminhas" foi atendido.
Ela abriu sua boca, que deveria estar fechada e soltou a seguinte fase em inglês "O Carmino é uma pessoa excêntrico".
Vontade de mata-la não me faltou em nenhum momento, já que horas antes, quando eu sai pra tomar meu café e fumar meu cigarro, dois estúpidos, que estavam num ônibus que por alí passava, apontaram pra mim e começaram a dar risadas... Ou seja, eu estava farto disso tudo.
Até que a Senhor Stuck explicou para a menininha que excêntrico não tem um sentindo positivo e sim negativo.

Depois que eu jogo bolinha de papel nessa menina, ela não sabe o porque :~

sábado, 28 de agosto de 2010

humor afro-descendente

Todo mundo sabe que eu adoro humor-negro e prefiro perder o amigo do que perder a piada. Só que ultimamente eu estou tentando levar as coisas mais a sério, pra ver se alguém, enfim, começa e me levar a sério. Mas tem coisas que não vão... Parece que as pessoas fazem de propósito, só pra minha bondade.
As vezes eu me supero de uma tal forma que até me impressiono. Como por exemplo esse dia que na aula de Alemão, a professora pediu para que sentássemos em grupos para fazer um trabalho de aula. Até aí, tudo bem, eu sentei com as pessoas que sentam em minha volta, que no caso era meu amigo que não tem um braço e uns outros dois perdidos lá (inclusive o super hábil do vídeo abaixo).
Eles começaram a falar e discutir sobre o trabalho e eu moscando. Falavam, falavam, escreviam... E eu moscando.
Aí eles falaram que eu podia tentar ler o texto no livro.
Segundo eles, o texto era complicado, mas eu provavelmente entenderia.
Como sabem que adoro desafios... Peguei meu dicionário que estava na mochila, um papel em branco e o texto. Pronto, tudo preparado pra eu começar a tradução daquele texto.
Li, reli, dobre, procurei... fiz mil e quinhentas proezas para tentar entender aquilo. Duas horas depois, eles me perguntaram se eu tinha conseguido entender o texto e eu falei que sim. Confesso, não entendi muita coisa, mas consegui traduzir a base do texto e descobri do que o texto falava, já é um avanço, não?!
Foi nesse momento que um ser-humano X soltou a frase "você é muito inteligente". Nessa hora fiquei me achando especial, até que o meu amigo "sem-bracinho" disse "Você é igual a mim..."
Tadinho. Eu quase falei "Não, eu tenho os dois braços". Eu não disse essa barbaridade, pois afinal, estou tentando me levar a sério.

CONFESSO QUE VONTADE DE FALAR ISSO, ERA O QUE EU MAIS TINHA.

habilidade alemã

Esse é meu colega de classe que tem várias habilidades. Uma delas é mexer a sobrancelha, assim como mostra o vídeo.
E depois vocês perguntam se eu estou gostando. Eu estou amando. Só dou risadas por aqui

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

vocábulario

Acordei hoje super atrasado, porque eu fui dormir tarde e tive que acordar hoje e fazer todo aquele sacrifício de sempre: levantar, botar a ducha pra esquentar, arrumar meu material e minha roupa, dormir por mais 10 minutos, ir tomar banho, tomar café, preparar um almoço básico pra eu comer na escola e então tentar me alegrar e ver que só tenho mais 3 km pela frente!
Eu sempre olho no meu horário pra ser quais aulas eu terei e quais livros eu tenho que levar, mas como eu queria economizar uns 5 minutos, resolvi pegar os dois primeiros e enfiar na mochila.
Essa minha atitude foi legal no começo. Olha que beleza: resolvi um pouco do "probleminha" com o atraso, dormi 15 minutos no total, tempo suficiente pra esquentar a água, e ainda cheguei na escola e percebi que os dois livros que eu levei eram das aulas de hoje. Tudo perfeito e indo como o combinado até então. Até a hora que a linda professora de Latim adentra a classe.
Nisso o meu coração foi a mil. Não por amor a ela, mas sim por medo do que a sobrevivente da guerra faria comigo hoje, após eu pedir pra ela me deixar dormir por mais 10 minutos.
Tive a chance de olhar nos olhos dela e vê-la massageando suas próprias mãos. Seus olhos levemente fechados. Seus lábios fechados, mas com a aparência de um sorriso. Enfim, um ar bem maléfico.
Enquanto meus coléguinhas se digladiavam, ela passou por meio do fogo cruzado e veio até minha mesa e ainda com aquele mesmo ar maléfico ela disse "Gute Morgen, Carmino". Respirei fundo e respondi à altura. Com toda sua delicadeza, ela me pediu pra que eu não fizesse os meus exercícios chatos de Latim que minha turma faria.
No mesmo momento, eu já fiquei super empolgado, pensando "Que bom que não farei essa coisa chata", mas como alegria de gringo na Alemanha dura pouco, ela logo veio com um papel e pediu que eu escrevesse todo meu vocabulário alemão.
Ela olhou em cima da minha mesa e viu um dicionário de tradução de alemão, ela logo pegou e falou pra eu escrever também todos os verbos que mais uso, assim eu não terei mais problemas com a língua.
Bom, depois de tudo que ocorreu, eu não tinha como falar pra ela que eu não faria isso. Só me restou fazer.
Juro que fiz xingando, mas garanto que agora ela me xinga mais ainda.
Fiz uma lista básica, com poucas palavras, só para irrita-la.
Abaixo tem a lista com as palavras em alemão e depois a tradução pro português.

Führer - Líder, Hitler
Heil - "Saudação"
Nationalsozialismus - Nazismo
Nazi - Nazista
Jude - Judeu
Quälen - Judiar
Zigeuner - Cigano
Behindert - Deficiente
Ersciessen - Fuzilar
Farbige - Pessoa de cor
Schwarz - Preto
Vorurteil - Preconceito
Voreingenommen - Preconceituoso
Kammer - Câmara
Gas - Gás

Esse foi meu vocabulário. Procurei por "suástica" e não achei. Fiquei chateado.
Imaginem qual foi a reação pra professora? Ela ainda não abriu a folha e viu isso, porque bateu o sinal e eu nem saí correndo (Y)

O próximo post fica reservado para a gentileza e o preconceito alemão.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

pergunta difícil

Todo dia quando eu acordo, eu me espreguiço, abro as janelas e vou preparar meu café e me arrumar pra ir pra escola...

MENTIRA! eu acordo atrasado porque fui dormir tarde esperando meus amigos brasileiros resolverem entrar na internet e saio correndo procurando minhas roupas que estão espalhadas por aí, ligo o chuveiro para ir esquentando a água e parar de sair pedras de gelo e então começo a comer meu café-da-manhã enquanto escovo meus dentes, faço a barba, tomo banho e arrumo meu material.
Todos sabem que sou de uma pontualidade bem britânica, né?! Se o compromisso é as 5 da tarde, eu não apareço antes das 7 da noite! Tenho dó da minha hostsister. Ela é toda organizadinha, pontual, nunca se atrasa, nota 10 em todas as matérias da escola, nunca falta as aulas e nunca dorme nas aulas. Dormir nas aulas. Nesse ponto que eu queria chegar.
Já vi gente falando "meu colchão é o melhor lugar do mundo", "o meu melhor sono é na minha cama"... CERTEZA QUE ESSAS PESSOAS NUNCA TIVERAM AULA DE LATIM. Sim, aula de Latim. Aqui nas escolas se aprende a ler Latim. Pra que? Pra ser uma aula que ninguém fala nada.
Voltando ao tópico do sono... Hoje eu olhei no meu horário e vi 2 aulas seguidas de Latin sem mudanças de sala. Melhor que isso, só dois disso. Preparado para a aula. Esqueci meu caderno e metade dos meus livros, mas não esqueci da minha blusa de frio mais confortável que eu tenho. Eu não podia perder essa chance. Uma oportunidade como essa, só quarta-feira que vem.
Cara, foi sensacional. escrevi numa folha bem grande "SLEEPING MODE: ON" coloquei na frente da minha mesa, tirei a blusa, arrumei na certeira com o formato de um travesseiro, espreguicei e pronto. Dormi que nem um anjo.
Foi o melhor sono da minha vida. 2 aulas não ouvindo nada. Nenhum dos capetinhas da minha sala gritava. Eles não jogaram aviãozinho em ninguém. Foi tudo perfeito. Até o momento em que a professora resolveu vir até minha carteira fazer a social.
Ela me acordou e perguntou "Carmino, como vai? Percebi que estava desatento a aula, posso te ajudar em alguma coisa?" e eu, com a cara mais lavada disse: "Claro... Posso dormir por mais 10 minutos até o intervalo?"
Coragem é pra quem tem! HAHAHAHA. Mas eu não mandei ela fazer pergunta difícil
Não sei se serei tão corajoso de continuar na escola, mas que tive coragem de dizer isso, eu tive!

livrai-me da bicicleta e não me deixe usar o busão. AMÉM.

"... livrai-me de todo mal e não deixe que eu continue andando de bicicleta. AMÉM."

Essa é minha oração diária. Não aguento mais acordar 6:30 da manhã, ir ao banheiro e ligar o chuveiro e enquanto a água esquenta eu arrumo meu material e vou acordando aos poucos. Isso é o de menos, faço reclamando, mas faço. O problema maior é ter que fazer tudo isso, depois pegar minha bicicleta e pedalar 3 km só de ida na minha escola durante um típico verão alemão com garoa toda hora e um vento muito gelado e uma blusa de frio não tão quente assim.

Como se não bastasse eu fazer todo esse sacrifício todos os dias de manhã, e depois, ainda com fome, pedalar mais 3  km da escola até minha casa, ontem eu inventei de sair de roller/patins com o Jakob, o Sebastian e a Mareen. Pra mim, iríamos nós quatro. No meio do caminho eu perguntei pra onde estávamos indo e o Jakob me respondeu que iríamos à casa de uma amiga da Mareen, no vilarejo ao lado. Quando ele me disse isso, a vontade que eu tive era de dar uma voadora usando os rollers bem na cabeça dele. Só não fiz isso porque eu não queria ficar sozinho no meio do nada!
Fomos até o vilarejo vizinho e buscamos a Liza. Outra doida sem noção que resolveu andar 10 km de rollers conosco. Se eu pudesse dar só um conselho, esse conselho seria: NÃO VENHA PARA UM VILAREJO NA ALEMANHA. TODO LUGAR QUE ELES VÃO, ELES VÃO DE BIKE. A não ser que você seja um louco por bicicleta e ame pedalar pra todos os lugares.
Enfim, cheguei em casa tossindo igual um louco, porque eu fiquei MUITO suado e era uma noite de verão super agradável, com a temperatura chegando a 10 C.

surpresa

Depois de toda recepção calorosa que tive no dia anterior, não é pra menos ficar apreensivo.
Eu e minha hostsister, Maimi, fomos de ônibus pra escola, porque falaram pra ela que brasileiros não sabem andar de bicicleta. WHAT THE FUCK?! Eu só não ando de bicicleta porque não gosto, mas isso não significa que eu não sei. Já comecei meu dia estressado.

Entrei na minha classe de aula só esperando o momento em que os alunos fechariam a porta e as janelas e começariam a me bater ou então sairiam da sala e ligariam o gás. Graças a Deus nada disso aconteceu.
Assim que o professor sentou, duas alunas se levantaram, pediram silêncio e me apresentaram pra sala toda e me entregaram um bolo e escreveram em cima "Willkommen in der Klasse 9A". Aquilo pra mim foi chocante. As mesmas pessoas que no dia anterior quase me mataram, hoje trazem um bolo. Fiquei pensativo. Ofereci o bolo pra todo mundo, alguns aceitaram e comeram. Eu só comi depois que todos comeram, só pra verificar se não tinha veneno no bolo hahahaha. Minha mãe sempre me ensinou a não confiar em qualquer pessoa ;)

Eu olhava para todos os lados, só via cabeças loiras, olhos claros e peles brancas, com exceção de quando eu olhava pro espelho e via o único "dark skin" no meio de uns 3 mil alunos (Y)
Além de ser o único com excesso de melanina, sou um único que não parece o Justin Bieber.
Um menino que senta perto de mim é o Fiuk Bieber que falei no twitter. Eu zuava tanto da cara dele, só que em Português. Eu fazer vídeos dele falando "Eu sou o Fiuk Viado", "Eu dou a bunda" e coisas do tipo. Se me pedir pra ver esses vídeos, eu não terei como mostrar. Apaguei todos depois que descobri que ele não tinha um braço.
Foi muito triste, porque estava muito engraçado.


próximo post sobre minhas idas pra escola e outras coisas.

sensações

No meu primeiro dia na escola, não posso dizer que tive a melhor sensação do mundo.
Minha hostsister Sorina, que está nos Estados Unidos, me levou pra conhecer a escola, os professores e a diretora.
Conversei com todos os professores e tudo mais. Estava tudo ótimo. Eu estava achando todo mundo simpático. Simpático não foi o meu encontro com meus colegas de classe. Isso sim me chocou.
A diretora, Frau Klapper, me levou até a minha sala para conhecer meus colegas de classe. Eu já estava com um pé atrás, já que eles são da oitava série e eu estava no terceiro colegial no Brasil... Mesmo assim resolvi seguir em frente e ir conhece-los.
Frau Klapper bateu na porto, pediu licença ao professor e me apresentou pra classe. Estava aquela "maravilha" a sala: aviãozinho voando por toda parte, bolinhas de papel, um aluninho matando o coleguinha, enfim, só top!
De repente a maldita diretora resolveu perguntar pra sala onde eu poderia me sentar, vendo se alguém tinha interesse em sentar ao meu lado e ser meu amigo... O problema foi: NINGUÉM RESPONDEU NADA. A sala toda "zoniada" ficou em completo silêncio por 1 minuto. Aquilo pra mim pareceu uma eternidade.
Mais do nada que a diretora, só uma menina que se levantou e apontou em direção ao quadro do professor e disse: ELE (se referindo a mim) PODE SE SENTAR ALI. Esse adorável "ali" dela era num lugar próximo ao professor, na primeira cadeira e longe de TODOS.
Eu juro que quando ela apontou esse "ali" eu vi um soldado alemão, fardado, com uma suástica no peito gritando: HEIL HITLER!
Não me restou nada a fazer a não ser agradecer o professor que estava na sala e terminar minha "visita" por ali.
No caminho de volta pra casa, não troquei uma unica palavra com minha hostsister.

próximo post com detalhes sobre meu primeiro dia de aula, depois da recepção super calorosa dos meus class mates!

back in middle school

Durante o casamento conheci uma menina chamada Sophie, ela era a cara da Cameron Diaz, só que com 15 anos. Ela ficou me observando a festa inteira e eu a observando também. Foi preciso da noite chegar pra começarmos a nos falar. Ela veio até mim, enquanto tirava umas fotos, fumava meu cigarro e bebia uma cerveja QUENTE PRA CARALHO. Ela veio e começou a puxar assunto, perguntando de onde eu era, qual língua eu falava e coisas do tipo. Fui dando moral e perguntando coisas sobre ela também.
Ela me chamou pra ir atrás da casa, pois ela queria fumar um cigarro e o pai dela não sabe que ela fuma.
Acabou o cigarro, acabou o assunto e resolvemos voltar pro meio da dança.
Do nada eu recebo um papel escrito Hi =) vindo dela. A partir daí começamos a trocar recadinhos. Bem infantil, né?! Mas era o que tinhamos para o momento. Trocamos vários elogios e olhares durante a festa. Como o que é bom dura pouco... Tive que pegar a estrada e ir para a casa dos meus hostgrandparents.


Foi uma coisa bem infantil, me senti de volta a sexta série, mas eu gostei. Ao mesmo tempo que trocamos recadinhos bem infantis, eu percebi que ela era bem pra frente. O jeito que ela dançava e umas observações que ela escrevia nos bilhetes, não era típico de sexta série. Acredite.

casamento

Quando saí da minha casa no Brasil, eu pensava em ir conhecer uma cultura diferente, bem conservadora, fria e não tão agradável. De tanto que as pessoas colocaram isso na minha cabeça, eu esperava chegar aqui e não fazer amigos, não ver pessoas sorrindo, não ver pessoas se divertindo e nada disso. Parecia que era padrão: se você é alemão, você não sorri, você não cumprimenta as pessoas, você não dança, você é branco, gordo e loiro e só bebe cerveja o dia inteiro e come bratwurst (conhecido como salsichão) com chucrute. Essa era a reputação alemã na minha cabeça até meu primeiro weekend em terras germânicas.
Foi em um casamento em Hamburg com meus hostparents. Os noivos no auge de seus 45 anos indo se casar não é algo que se vê todo dia. Estava ansioso pra ver o que viraria. Pra começar, o convite nada convencional com uma foto dos dois dentro de um barquinho de papel dizendo que eles estavam começando a trilhar o caminho deles juntos no mesmo barco. Até aqui, nada MUITO estranho. Só que eles pediram para os convidados levarem sobremesas para a festa de casamento. Normal, né?! Além do mais, todos os convidados levaram presentes estranhos e deram uma pequena quantia para ajuda-los (os noivos) na lua-de-mel. Não era muito. Era coisa de 15 euros. Os recém-casados passarão a lua-de-mel na Nova Zelândia. Um lugar super romântico, calmo e típico roteiro escolhido por casais para lua-de-mel #IRONIA. 
Já que estava tudo fodido mesmo, pra melhorar foi meu hostfather que levou um saco de carvão, com girassóis amarrados ao lado, um Atlas, uns doces e um saquinho onde tinha  o dinheiro da viagem.
A cerimônia e a festa aconteceram num clube náutico que tem como lago uma parte do Rio Elbe, um dos principais rios da Alemanha e que possui o maior porto pra cargas da Europa.
Como a noiva não era menininha, já tinha uma vida ativa, ela preferiu na se casar com vestido tão longo igual são os vestidos de noiva. Casou com um vestido longo, branco e bem bonitinho.
PRESENTE DE CASAMENTO DIFERENTE
Era um momento muito especial pra eles. A felicidade não cabia em seus corpos. Eles não sabiam o que fazer com tanta felicidade... Aquilo devia consumi-los por dentro de uma tal maneira que eles não sabiam explicar, não sabiam como demonstrar, até que a noiva teve uma ideia... PULAR NO LAGO DE VESTIDO E TUDO. Pronto. Ela teve essa ideia e ninguém a segurou. Ela se aproximou do pier e foi correndo com uma amiga até o final dele. Todos os convidados olhando para ver se ela tinha coragem mesmo. Ela teve. Pulou com o vestido e tudo e saiu nadando, como se nada tivesse acontecido, como se ela não estivesse casando naquele instante.
Foi muito divertido. Foi bem fora dos padrões.

O próximo post segue com a parte da paquera no casamento ;)